sábado, 29 de junho de 2013

Consolo Amargo (Cruz e Sousa - Últimos sonetos) - Aline Salloum e Laurieti Delgado - Turma: 310

Mor/tos/ e /mor/tos, tu/do/ vai /pas/san/do,(A)
Tu/do/ pe/los/ a/bis/mos/ se /su/min/do...(B)
En/quan/to/ so/bre/ a /Ter/ra fi/cam rin/do(B)
Uns/, e /já/ ou/tros, pá/li/dos, /cho/ran/do...(A)

Todos vão trêmulos finalizando,(A)
Para os gelados túmulos partindo,(B)
Descendo ao tremedal eterno, infindo, (B)
Mortos e mortos, num sinistro bando. (A)
 
Tudo passa espectral e doloroso, (C)
Pulverulentamente nebuloso (C)
Como num sonho, num fatal letargo... (D)
 
Mas, de quem chora os mortos, entretanto, (E)
O Esquecimento vem e enxuga o pranto, (E)
E é esse apenas o consolo amargo! (D)
 
Vocabulário
 
Tremedal: 1. Terreno alagadiço. = BREJO, LAMAÇAL, LAMEIR 2. [Figurado]  Abismo de vício, de infâmia. adj. 2 g. 3. Que faz tremer.
Espectral: 1. Que tem o carácter de um espectro, dum fantasma. 2. Relativo ao espectro solar.
Pulverulentamente: 1. Que se reduz a pó. 2. Que se apresenta em estado de pó fino: medicamento pulverulento. Coberto de poeira: estradas pulverulentas.
Letargo:1.Letargia. 2. [Por extensão] Sonolência, modorra. 3. [Figurado] Indolência. 4. Olvido, esquecimento.

Disponível em: http://www.priberam.pt/

Características simbolistas

Morte
“Mortos e mortos, tudo vai passando,“ (1° verso)
“Para os gelados túmulos partindo” (6° verso)
“Mortos e mortos, num sinistro bando” (7° verso)
“Mas, de quem chora os mortos, entretanto,” (12° verso)

Branco
“Como num sonho, num fatal letargo.” (11° verso)
“Pulverulentamente nebuloso“ (10° verso)

Maiúsculos Alegorizantes

“Terra” (3° verso)
“Esquecimento” (13° verso)

Figuras de Linguagem

Eufemismo
“Para os gelados túmulos partindo” – forma delicada de dizer que ele morreu.
 
Paradoxo
“Descendo ao tremedal eterno, infindo”

Sinestesia 
"Enquanto sobre a Terra ficam rindo"
“Para os gelados túmulos partindo”
“Tudo passa espectral e doloroso”
“O Esquecimento vem e enxuga o pranto”
“Consolo amargo!”

Metáfora
“Descendo ao tremedal eterno, infindo,”
'Como num sonho, num fatal letargo”

Interpretação

O poema consolo amargo representa a morte. Diz que enquanto pessoas morrem, umas ficam na terra felizes e outros sofrendo, mas que no fim, todos morrem. Que a vida é como um fantasma e ao mesmo tempo como um sonho. Mas que com o tempo, aqueles que ficaram tristes pela morte, esquecem o seu sofrimento.

Um comentário:

  1. Há sinestesia nas 4 estrofes.

    Há prosopopeia.

    Explique as metáforas e o paradoxo.

    Ampliar as características simbolistas.

    Faltou assonância e aliteração.

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