João da Cruz e Souza nasceu
em 24 de novembro de 1861 em Desterro, hoje Florianópolis, SC. Seus pais eram
escravos alforriados pelo Marechal Guilherme Xavier de Sousa, militante da
Guerra do Paraguai. Morreu em 19 de março de 1898 na cidade mineira de Sítio,
vítima de tuberculose. O menino João da
Cruz recebeu, por intermédio do
Marechal, educação primorosa adquirida no Liceu Provincial de Santa
Catarina formando-se no curso médio de humanidades em 1876, além do sobrenome
Sousa.
Depois de dirigir um jornal
abolicionista, foi impedido de deixar sua terra natal por motivos de
preconceito racial. Foi nomeado promotor público, no entanto, impedido de assumir o cargo, novamente por
causa do preconceito. Ao transferir-se para o Rio de Janeiro, sobreviveu
trabalhando em diversos empregos e continuou sendo vítima do preconceito.
Cruz e Sousa é
irremediavelmente o mais importante poeta Simbolista brasileiro, considerado
também um dos maiores representantes dessa estética literária no mundo. Muitos críticos
chegam a afirmar que se não fosse a sua presença, a estética Simbolista não
teria existido no Brasil. Sua obra apresenta diversidade e riqueza. O ano de
1893 marcou o início do Simbolismo no Brasil, e o que evidenciou este início
foi a publicação de dois livros, suas únicas obras publicadas em vida, Missal
(prosa) e Broquéis (verso).
Cruz e Sousa marcou o Simbolismo pelo seu
subjetivismo, “sugerindo” nos poemas toda a sua desilusão com a vida. O
pessimismo transparece a dor existencial. Aspectos noturnos, herdados do
Romantismo como, o culto da noite, satanismo, pessimismo, angústia, morte . A
retomada parnasiana, preocupação formal, o soneto, o uso de vocábulos
refinados, eruditos.
Com uma linguagem vaga e
fluida, o poeta remete o leitor ao místico e à religiosidade, e retoma
elementos de uma tradição romântica. Porém é comum o interesse de Cruz e Sousa
por áreas profundas da mente, como o inconsciente e consciente. A presença do mistério,
do noturno e da morte são constantes.
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