quinta-feira, 27 de junho de 2013

Nomes: Luiz Ricardo e Douglas Cristian
Turma: 311 

IMORTAL FALERNO (Cruz e Sousa – Últimos sonetos)

Quan/do/ as/ Es/fe/ras/ da/ I/lu/sã/o/ trans/po/nho (A)
Ve/jo/ sem/pre/ tu'al/ma/ - es/sa/ ga/le/ra (B)
Fei/ta/ das/ ro/sas/ bran/cas/ da/ Qui/me/ra, (B)
Sem/pre/ a/ va/gar/ no/ es/tra/nho/ mar/ do/ So/nho. (A)

Nem aspecto nublado nem tristonho! (A)
Sempre uma doce e constelada Esfera, (B)
Sempre uma voz clamando: - espera, espera, (B)
Lá do fundo de um céu sempre risonho. (A)

Sempre uma voz dos Ermos, das Distâncias! (C)
Sempre as longínquas, mágicas fragrâncias (C)
De uma voz imortal, divina, pura... (D)

E tua boca, Sonhador eterno, (E)
Sempre sequiosa desse azul falerno (E)
Da Esperança do céu que te procura! (D)


Vocabulário:

-Quimera:
1.  [Mitologia]  Ser mitológico geralmente representado com um corpo híbrido entre leão, cabra e serpente ou dragão.
2. Coisa resultante da imaginação. = FABULAÇÃO, FANTASIA, ILUSÃO ≠ REALIDADE
3. Conjunto heterogéneo que resulta da combinação de elementos diferentes.
4. Esperança irrealizável. = UTOPIA
5.  [Ictiologia]  Peixe condropterígio.

-Ermo:
1. Lugar despovoado e solitário.
2.  [Figurado]  Retiro, solidão.
adj.3. Despovoado, afastado, isolado, retirado.
4.Desacompanhado, solitário.

-Sequioso:
1. Sedento, ávido de água.
2. Seco em extremo, falto de água.
3.  [Figurado]  Sedento; ávido; muito desejoso.

-Falerno:
1. Antigo vinho das vizinhanças de Falerno, na Campânia.
2.  [Por extensão]  Vinho bom, generoso.


-Galera:
1. Navio mercante de dois ou três mastros a remos e a vela.
2. Designação genérica das embarcações mercantes de três mastros, armados à redonda.
3. [Brasil] Veículo sem tração própria, cuja parte da frente assenta no veículo com tração, geralmente um caminhão ou um trator, e usado para transporte de carga.
4. Carro para transportes de bombeiros em serviço de incêndios.
5. Forno para fundição.
6. [Brasil] [Esporte] Conjunto dos indivíduos que, em um evento esportivo, torcem por uma equipe ou por um participante (ex.: o treino decorreu a portas fechadas, longe da galera). = TORCIDA
7. [Brasil] Conjunto de pessoas que geralmente mantêm uma convivência próxima, seja por laços de amizade, familiares ou profissionais (ex.: e aí, galera, tudo legal?). = PESSOAL


ANÁLISE DO POEMA IMORTAL FALERNO:

Figuras de linguagem:

Assonâncias:

Quando as Esferas da Ilusão transponho
Vejo sempre tu'alma - essa galera
Feita das rosas brancas da Quimera,
Sempre a vagar no estranho mar do Sonho.

Nem aspecto nublado nem tristonho!
Sempre uma doce e constelada Esfera,
Sempre uma voz clamando: - espera, espera,
Lá do fundo de um céu sempre risonho.

Sempre uma voz dos Ermos, das Distâncias!
Sempre as longínquas, mágicas fragrâncias
[...]

E tua boca, Sonhador eterno,
Sempre sequiosa desse azul falerno
Da Esperança do céu que te procura!

Aliterações:

Quando as Esferas da Ilusão transponho
[...]
Sempre a vagar no estranho mar do Sonho.

Nem aspecto nublado nem tristonho!
Sempre uma doce e constelada Esfera,
Sempre uma voz clamando: - espera, espera,
Lá do fundo de um céu sempre risonho.

Sempre uma voz dos Ermos, das Distâncias!
Sempre as longínquas, mágicas fragrâncias
[...]

E tua boca, Sonhador eterno,
Sempre sequiosa desse azul falerno
[...]

Hipérbole e metáfora: "mar do Sonho" - É uma metáfora pois não se pode existir um mar feito de sonho. E é uma hipérbole por tratar seus sonhos como algo muito grande, algo como um mar ou oceano.

Sinestesia: "doce e constelada Esfera" - Mistura o paladar com a visão, pois identificamos as estrelas na esfera celeste através dos olhos.

Personificação: "céu sempre risonho." - Um céu não pode sorrir, quem ri são as pessoas.

Metáfora: "mágicas fragrâncias" - Não podem existir cheiros (fragrâncias) mágicos.

Características simbolistas:

Loucura - Através da palavra ilusão, no 1º verso.
Branco - "rosas brancas da Quimera".
Religiosidade - "voz imortal, divina, pura..."
Maiúsculas alegorizantes - Encontra-se nas palavras "Esferas", "Ilusão", "Sonho", "Ermos", "Distâncias", "Sonhador" e "Esperança".

Interpretação:

No poema predomina um sonho ou imaginação do autor, como é referido no 1º verso com a palavra 'ilusão'. Ele considera seu sonho algo bom, capaz de lhe alegrar. Provavelmente fala sobre vinho, já que falerno refere-se a um bom vinho, e ele sugere isso quando fala da "doce e constelada Esfera", uma metáfora que pode se referir ao sabor do vinho (doce), também quando fala das fragrâncias, pode estar se referindo ao cheiro característico do vinho, e também na última estrofe quando diz: "E tua boca, Sonhador eterno, Sempre sequiosa desse azul falerno", pode estar demonstrando sua sede ou a sede de outra pessoa pelo vinho.

Um comentário:

  1. A Antítese está inadequada, pois nesse contexto galera adquire outro significado, verifique o verbete no dicionário.

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