CAMINHO DA GLÓRIA - (Cruz e Sousa – Últimos sonetos)
Es/te/ ca/min/ho /é cor/-de/-rosa/ e é/ de ou/ro, (A)
es/tran/hos/ ro/sei/rais/ ne/le /flo/res/cem, (B)
fo/lhas/ au/gus/tas/, no/bres/ re/ver/de/cem (B)
de a/can/to/, mir/to /e/ sempi/ter/no /lou/ro. (A)
Neste caminho encontra-se o tesouro (A)
pelo qual tantas almas estremecem: (B)
é por aqui que tantas almas descem (B)
ao divino e fremente sorvedouro. (A)
É por aqui que passam meditando, (C)
que cruzam, descem, trêmulos, sonhando, (C)
neste celeste, límpido caminho (D)
Os seres virginais que vêm da Terra, (E)
ensangüentados da tremenda guerra, (E)
embebedados do sinistro vinho. (D)
Vocabulário
Mirto - sm (lat myrtu) Bot 1 Gênero (Myrtus) de ervas, na maioria da América do Sul, tipo da família das Mirtáceas, que têm flores com numerosos óvulos. 2 Planta desse gênero, particularmente a espécie Myrtus communis, também chamada murta-do-jardim. M.-dos-surrados: planta coriariácea (Coriaria myrtifolia)
fremente - adj (lat fremente) 1 Que freme. 2 Agitado, violento, trêmulo. 3 Comovido agradavelmente. 4 Que brame como o mar, o vento etc.
sorvedouro - sm (sorver+douro2) 1 Remoinho de água no mar ou nos rios. 2 Voragem, abismo. 3 Tip Parte do distribuidor da linotipo, que compreende uma série de canaletes recurvos, por onde desliza a matriz para cair no seu fuso distribuidor no magazine; coletor radiado.
celeste - adj m+f (lat caeleste) 1 Do céu. 2 Relativo ao céu. 3 Que está ou aparece no céu. 4 Da divindade ou a ela relativo. 5 Sobrenatural. 6 Divinal. 7 Delicioso, magnífico, perfeito. 8 Designativo do antigo império chinês. Antôn, acepções 1, 2, 3 e 4: infernal. sm Espécie de bolo. sm pl Os chineses.
límpido - adj (lat limpidu) 1 Nítido. 2 Puro. 3 Polido. 4 Transparente, claro, diáfano. 5 Desanuviado. 6 Sonoro. 7 Viçoso. 8 Ingênuo. Antôn (acepções 1, 3, 4 e 5): embaciado.
virginal - adj m+f (lat virginale) 1 Relativo ou pertencente a virgem; virgíneo. 2 Próprio de virgem. 3 Puro, casto como uma virgem. sm Mús Instrumento em que as cordas são feridas por bico de pena, como na espineta, com a qual se parece, sendo porém retangular, de menores dimensões e uso posterior.
ANÁLISE DO POEMA CAMINHO DA GLÓRIA
figuras de linguagem
Assonância
"Este caminho cor-de-rosa e é de ouro,
estranhos roseirais nele florescem,
folhas augustas, nobres reverdecem
de acanto, mirto e sempiterno louro. "
metáfora
"embebedados do sinistro vinho." - sangue
"Neste caminho encontra-se o tesouro" - o caminho faz relação ao trajeto que separa a vida e a morte
"ao divino e fremente sorvedouro." - relativo ao inferno
Eufemismo
"é por aqui que tantas almas descem " - morte, vão para o inferno.
Prosopopeia
"embebedados do sinistro vinho" - vinho não pode ser sinistro pois é um objeto inanimado
Características simbolistas
branco
"de acanto, mirto e sempiterno louro. "
"Este caminho cor-de-rosa e é de ouro "
religiosidade
"pelo qual tantas almas estremecem:
é por aqui que tantas almas descem
ao divino e fremente sorvedouro"...
.."É por aqui que passam meditando,
que cruzam, descem, trêmulos, sonhando,
neste celeste, límpido caminho "
Morte
"pelo qual tantas almas estremecem:
é por aqui que tantas almas descem
ao divino e fremente sorvedouro. "
"ensangüentados da tremenda guerra,
embebedados do sinistro vinho."
Interpretação
O Soneto "Caminho da Glória" , segundo alguns conhecedores e estudiosos das obras e vida de Cruz e Souza, afirmam dizer que este soneto está relacionado á sua morte, pelo momento em que ele estava passando, pelo caminho que percorre, tendo dois finais, descer ao divino e fremente sorvedouro ou cruzar no celeste e límpido caminho, o que em outras palavras, segundo a nossa interpretação nos leva a acreditar que Cruz e Souza se referia ao inferno (sinistro e sorvedouro) e ao céu( divino e puro ).
Por Igor Pires e Iasmin de Aguiar.
Turma:305
Faltou métrica poética e aliteração.
ResponderExcluirEssa foi uma ótima análise poética.
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