1. Espírito do Mal, ó deus
perverso (A)
2. Que tantas almas dúbias
acalentas, (B)
3. Veneno tentador na luz
disperso (A)
4. Que a própria luz e a
própria sombra tentas; (B)
5. Símbolo atroz das culpas do
Universo, (A)
6. Espelho fiel das convulsões
violentas (B)
7. Do gasto coração no lodo
imerso (A)
8. Das tormentas vulcânicas,
sangrentas; (B)
9. Toda a tua sinistra
trajetória (C)
10. Tem um brilho de lágrimas
ilusória (C)
11. As melodias mórbidas do
Inferno... (D)
12. És Mal, mas sendo Mal és
soluçante, (E)
13. Sem a graça divina e
consolante, (E)
14. Réprobo estranho do Perdão
Eterno! (D)
Levantamento vocabular do poema, com esclarecimentos de palavras
duvidosas
dúbias (dúbio): (latim dubius, -a, -um, indeciso, hesitante,
incerto, duvidoso) adj. Duvidoso; incerto; ambíguo.
acalentas: (origem duvidosa) v. tr. e pron.1. Acalmar ou acalmar-se, geralmente para adormecer e com afagos, com proximidade corporal ou com cantiga. = AMIMAR, EMBALAR, NINAR 2. Tratar com carinho. = ACARINHAR, AFAGAR 3. [Por extensão] Tornar ou ficar mais calmo. = ACALMAR, AMENIZAR, MITIGAR 4. Dar conforto. = CONFORTAR 5. Manter o incentivo, a esperança (ex.: era um sonho que há muito ele acalentava). = ALIMENTAR, CULTIVAR, NUTRIR.
atroz: adj. 2 g. 1. Cruel e desumano. 2. Que excede quanto é imaginável. 3. Monstruoso.
mórbidas (mórbido): 1. Relativo a doença. 2. Enfermiço. 3. Doentio. 4. Lânguido. 5. [Belas-Artes] Delicado; suave.
réprobo: adj. s. m. 1. Reprovado, condenado às penas do Inferno; precito. 2. Banido da sociedade.
acalentas: (origem duvidosa) v. tr. e pron.1. Acalmar ou acalmar-se, geralmente para adormecer e com afagos, com proximidade corporal ou com cantiga. = AMIMAR, EMBALAR, NINAR 2. Tratar com carinho. = ACARINHAR, AFAGAR 3. [Por extensão] Tornar ou ficar mais calmo. = ACALMAR, AMENIZAR, MITIGAR 4. Dar conforto. = CONFORTAR 5. Manter o incentivo, a esperança (ex.: era um sonho que há muito ele acalentava). = ALIMENTAR, CULTIVAR, NUTRIR.
atroz: adj. 2 g. 1. Cruel e desumano. 2. Que excede quanto é imaginável. 3. Monstruoso.
mórbidas (mórbido): 1. Relativo a doença. 2. Enfermiço. 3. Doentio. 4. Lânguido. 5. [Belas-Artes] Delicado; suave.
réprobo: adj. s. m. 1. Reprovado, condenado às penas do Inferno; precito. 2. Banido da sociedade.
Características
simbolistas no poema
Branco: “Sem a graça divina e consolante,” (verso13) “graça divina” remete à paixão, amor e luz.
Branco: “Sem a graça divina e consolante,” (verso13) “graça divina” remete à paixão, amor e luz.
Exploração da Musicalidade:
O poeta utiliza-se de efeitos sonoros como a aliteração e a assonância, os
quais compõem a musicalidade do poema.
-
Exemplificação de assonância:
[...]
Que tantas almas dúbias acalentas, (verso 2)
[...]
Que tantas almas dúbias acalentas, (verso 2)
[...]
Que a própria luz e a própria sombra tentas; (verso 4)
Repetição da vogal: “a”
[...]
Que a própria luz e a própria sombra tentas; (verso 4)
Repetição da vogal: “a”
[...]
Do gasto coração no
lodo imerso (verso 7)
Repetição da vogal: “o”
Repetição da vogal: “o”
-
Exemplificação de aliteração:
[...]
[...]
Que tantas almas dúbias acalentas, (verso 2)
Repetição da consoante: “s”
Veneno tentador na luz disperso (verso 3)
Repetição da consoante: “n”
[...]
Toda a tua sinistra trajetória (verso 9)
Repetição da consoante: “t”
Tem um brilho de lágrimas ilusória (verso 10)
Repetição da consoante: “m”
As melodias mórbidas do Inferno... (verso 11)
Repetição da consoante: “s”
Os versos em geral,
são metafóricos e eufêmicos, sempre usando termos para caracterizar de uma
forma amigável o sujeito do soneto, o “Diabo”.
“Espírito do Mal, ó deus perverso
Que tantas almas dúbias acalentas,
Veneno tentador na luz disperso
Que a própria luz e a própria sombra tentas;”
Que tantas almas dúbias acalentas,
Veneno tentador na luz disperso
Que a própria luz e a própria sombra tentas;”
1°
linha: Caracterização
do “diabo” através da metáfora e do eufemismo.
2° linha: Caracterização das pessoas de conduta duvidosa(más).
3° linha: Referencia as “tentações” do diabo, como no dito popular. Que seriam coisas ruins entre pessoas boas.
4° linha: “própria luz”: sagrado; “própria sombra”: profano.
2° linha: Caracterização das pessoas de conduta duvidosa(más).
3° linha: Referencia as “tentações” do diabo, como no dito popular. Que seriam coisas ruins entre pessoas boas.
4° linha: “própria luz”: sagrado; “própria sombra”: profano.
Verso rico em metáfora, pois “luz” faz alusão à Deus e “sombra”
ao Diabo;
Ao mesmo tempo, podemos encontrar eufemismo, quando usado dois termos para amenizar o impacto do nome dos sujeitos em questão. Assim como podemos encontrar uma antítese, pois luz é o oposto de sombra.
Ao mesmo tempo, podemos encontrar eufemismo, quando usado dois termos para amenizar o impacto do nome dos sujeitos em questão. Assim como podemos encontrar uma antítese, pois luz é o oposto de sombra.
“Símbolo atroz das culpas do universo
Espelho fiel das convulsões violentas
Do gasto coração no lodo imerso
Das tormentas vulcânicas, sangrentas;”
Espelho fiel das convulsões violentas
Do gasto coração no lodo imerso
Das tormentas vulcânicas, sangrentas;”
5°
linha: Faz
alusão à sociedade, em sua maioria religiosa, que atribui as coisas ruins ao
diabo.
6° linha: Faz alusão a Deus “em sua imagem e semelhança”, aproximando Deus do Diabo.
7° e 8° linha: Remete ao pensamento de que o coração do Diabo está tomado pelo mal que ele causa.
6° linha: Faz alusão a Deus “em sua imagem e semelhança”, aproximando Deus do Diabo.
7° e 8° linha: Remete ao pensamento de que o coração do Diabo está tomado pelo mal que ele causa.
“Toda a sua sinistra trajetória
Tem um brilho de lágrima ilusória,
As melodias mórbidas do Inferno...”
Tem um brilho de lágrima ilusória,
As melodias mórbidas do Inferno...”
9°
e 10° linha: Traz
de todo seu tempo de vida a experiência de enganar.
11°
linha: À
dito popular, tem-se que o barulho do inferno(melodias) são gritos de horror,
dor, pânico e medo. A partir dessa linha de raciocínio, encontramos eufemismo.
Utilização de maiúsculas
alegorizantes: Com a finalidade de
absolutizar a palavra e ampliar seu significado, o poeta utiliza-se de letra
maiúscula em substantivo comum, recurso este que acaba emprestando-lhe uma
conotação absoluta e transcendente, enfatizando a palavra semanticamente e
aumentando sua expressividade.
-Exemplificação de maiúsculas
alegorizantes:
1ª Estrofe, 1º
Parágrafo: Mal
2ª Estrofe, 1º Parágrafo: Universo
4ª Estrofe, 1º Parágrafo: Mal
4ª Estrofe, 3º Parágrafo: Perdão
2ª Estrofe, 1º Parágrafo: Universo
4ª Estrofe, 1º Parágrafo: Mal
4ª Estrofe, 3º Parágrafo: Perdão
-Interpretação
O soneto “Deus do Mal”, apresenta
a característica preocupação formal de Cruz e Sousa que o aproxima inclusive
dos parnasianos.
Fala basicamente que o Diabo não tem o coração bom de Deus que ama e acima de tudo perdoa, e por não ter amor, ele está fadado a nunca ser merecedor do perdão.
Fala basicamente que o Diabo não tem o coração bom de Deus que ama e acima de tudo perdoa, e por não ter amor, ele está fadado a nunca ser merecedor do perdão.
Alunas:
Alessandra Rachadel e Ana Carolina Salomão, 305.
Muito boa análise, no entanto faltou a métrica poética.
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