A Perfeição – (Cruz e Souza - Últimos sonetos)
A /Per/fei/ção /é a /ce/les/te
/ci/ên/cia (A)
Da /cris/ta/li/za/ção /de
/al/mos /en/can/tos, (B)
De/ a/ban/do/nar /os /mór/bi/dos
/que/bran/tos (B)
E /vi/ver /de/ u/ma /o/cul/ta
/flo/res/cên/cia (A)
Noss’alma fica de
clarividência (A)
Dos astros e dos anjos e
dos santos, (B)
Fica lavada na lustral
dos prantos, (B)
É dos prantos divina e
pura essência. (A)
Noss’alma fica como o ser
que às lutas (C)
As mãos conserva limpas,
impolutas, (C)
Sem as manchas do sangue
mau da guerra (D)
A Perfeição é a alma
estar sonhando (E)
Em soluços, soluços,
soluçando (E)
As agonias que encontrou
na Terra..! (D)
Vocabulário
almo - adj.1. [Linguagem poética] Que cria; que alimenta. 2. Bom. 3. Benéfico.
4.Venerável.
quebranto - s. m. 1. Feitiço; mau-olhado. 2. Fraqueza, debilidade. 3. [Figurado,Poético]
Prostração; languidez.
clarividência
- s. f.
1.Sagacidade;
penetração. 2. Ver com clareza. É a visão da própria alma, que percebe a
realidade num nível mais amplo e elevado.
impoluto - adj. 1. Não poluído. 2. Imaculado,
puro. 3. Ilibado.
Figuras de linguagem
Assonâncias
A Perfeição
é a celeste ciência
Da
cristalização de almos encantos,
De abandonar
os mórbidos quebrantos
(...)
Dos
astros e dos anjos e dos santos,
Fica
lavada na lustral dos prantos,
É dos
prantos divina e pura essência.
(...)
As mãos conserva
limpas, impolutas,
Sem as
manchas do sangue mau da guerra
(...)
Em soluços,
soluços, soluçando
(...)
Aliterações
Da
cristalização de almos encantos,
De abandonar
os mórbidos quebrantos
E viver
de uma oculta florescência
Noss’alma
fica de clarividência
Dos
astros e dos anjos e dos santos,
Fica
lavada na lustral dos prantos,
É dos prantos
divina e pura essência.
(...)
As mãos
conserva limpas, impolutas,
Sem as manchas
do sangue mau da guerra
A
Perfeição é a alma estar sonhando
Em soluços,
soluços, soluçando
As
agonias que encontrou na Terra...!
Metáforas
1° Verso – “A Perfeição
é a celeste ciência”
2°
Verso – “Da
cristalização de almos encantos,”
3° Verso – “De abandonar
os mórbidos quebrantos”
5° Verso – “Noss’alma fica de clarividência”
12° Verso – “A Perfeição
é a alma estar sonhando”
14° Verso – “As agonias
que encontrou na Terra!”
Sinestesia
9° Verso – “Noss’alma
fica como o ser que às lutas”
Pleonasmo
10° Verso – “As mãos conserva limpas, impolutas,”
Antítese
10° e 11° Verso – “As
mãos conserva limpas, impolutas,”
“Sem
as manchas do sangue mau da guerra”
Paradoxo
4°
Verso – “E viver de uma oculta florescência”
Características simbolistas
Morte: 3° verso
– “mórbidos quebrantos”
Religiosidade: 6° verso – “Dos astros e dos
anjos e dos santos,”
Maiúsculas
alegorizantes: 1° e 14° verso – “Perfeição”
Que
remete ao branco, clareza: 5° verso – “clarividência”
Interpretação
Neste
soneto Cruz e Sousa mostra como deveria ser a alma da criatura que vive na
perfeição, como ficaria e como se comportaria se pudesse ser perfeita na Terra.
Verificar e ampliar as figuras de linguagem.se
ResponderExcluirAntítese e pleonasmo na 3 estrofe, sinestesia entre as 3 e 4 estrofes.
Gradação inadequada.
Há mais metáforas.
As alterações foram feitas.
Excluir