sexta-feira, 28 de junho de 2013

Um ser- Cruz e Sousa

Um ser-Cruz e Sousa
Um ser na placidez da Luz habita,
entre os mistérios inefáveis mora.
Sente florir nas lágrimas que chora
A alma serena, celestial, bendita.

Um ser pertence à música infinita
das  Esferas, pertence à luz sonora das
estrelas do Azul e hora por hora
na Natureza virginal palpita.

Um ser desdenha das fatais poeiras,
dos miseráveis ouropéis mundanos
e de todas as frívolas cegueiras...

Ele passa, atravessa entre os humanos,
como a vida das vidas forasteiras
fecundada nos próprios desenganos.

Vocabulário
-Placidez: Sereno, tranquilo;
- Inefáveis: Não é possível expressar por palavras, inexplicável;
-Ouropéis: Aparência enganosa, falso;
-Mundanos: Pertence ou diz respeito ao mundo material, oposição ao espíritual;
-Frívolas: Falta de seriedade, falta de sentido.

Maiúscula Alegorizantes
Luz-Esferas-Azul-Natureza.

Versificação
Um-ser-na-pla-ci-dez- da-Luz –ha-bi-ta,   >A
en-tre-os-mis-té-rios-ine-fáveis mo-ra.     >B
Sem-te-flo-rir-nas-lá-gri-mas-que-cho-ra   >B
A al-ma-se-re-na,-ce-les-tial-, ben-di-ta.   >A
Um ser pertence à música infinita                >A
das  Esferas, pertence à luz sonora das       >B
estrelas do Azul e hora por hora                 >B
na Natureza virginal palpita.                       >A
Um ser desdenha das fatais poeiras,           >C
dos miseráveis ouropéis mundanos          >D
e de todas as frívolas cegueiras...             >C
Ele passa, atravessa entre os humanos,      >D
como a vida das vidas forasteiras              >C
fecundada nos próprios desenganos.         >D

Interpretação
No poema de Cruz e Souza, é relatado que Deus é onipresente, estando em todos os lugares, com todas as pessoas, apesar de não o vermos. Embora não possamos explicar sua presença. Sendo ele um ser de tranquilidade, com uma alma serena, sempre vê uma esperança em cada lágrima derramada. Sendo inexistente para ele os desafios e obstáculos, e, além disso, é desprendido de bens materiais, não permitindo ser afetado por isso. Oferecendo as pessoas, esperança, mesmo para os que não acreditam. Sendo para o poeta, a missão de Deus, ajudar a todos.

Característica simbolista
-Religiosidade, devido ao fato de que o poema se refere a Deus
-Luz, referente ao brando;
-Estrelas do Azul, referente a noite;
-“na Natureza virginal palpita”, referente a natureza;

Figuras de Linguagem
Um ser na placidez da Luz habita, = Prosopopeia
entre os mistérios inefáveis mora. = Prosopopeia
Sente florir nas lágrimas que chora =Metáfora
A alma serena, celestial, bendita.= Gradação

Um ser pertence à música infinita = Hipérbole
das Esferas, pertence à luz sonora das = Sinestesia
estrelas do Azul e hora por hora = Metonímia
na Natureza virginal palpita. =Prosopopeia

Um ser desdenha das fatais poeiras,= Eufemismo
dos miseráveis ouropéis mundanos
e de todas as frívolas cegueiras...= Eufemismo


Ele passa, atravessa entre os humanos, = Gradação, Aliteração
como a vida das vidas forasteiras = metáfora
fecundada nos próprios desenganos.=metáfora

(Gabrielle França e Kananda Fabiane 305)

2 comentários:

  1. Faltou explicar as figuras de linguagem.

    Na 1ª estrofe há sinestesia, pleonasmo. Prosopopeia inadequada.

    Na 2ª estrofe a Sinestesia está relacionada a dois versos.

    " de todas as frívolas cegueiras..." = Eufemismo - Inadequado.

    Gradação - Inadequada.

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  2. Faltou assonância e aliteração.

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